quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A despenalização e a descriminalização das drogas

29/07/2010
Por Antonio Edison Francelin

Sobre a liberação das drogas, deixemos nossos pensamentos fluírem no terreno da fantasia. Imaginemos através da legalização, autorizado e financiado por órgão estatal o cultivo da “maconha - cannabis sativa L”, conhecida também, por “cânhamo ou marijuana”, cujo componente ativo é o tetraidrocanabinol. A preparação do local, a terra sendo arada, a semeadura, a germinação, os cuidados necessários à retirada das ervas daninhas, a orientação dos agrônomos, criação de cooperativas, etc. Será que haverá a necessidade de utilização de agrotóxicos? A colheita, o acondicionamento, o carregamento, o transporte, às feiras, sacolões e mercados, onde deverá ser exposto à venda o produto “in natura”, para a elaboração de chás, da tarde, da noite, das madrugadas. Existem adágios populares “ se a maconha  fosse boa fazia-se  chá, “ se droga fosse bom, não teria essa denominação “.Jamais ouvi alguém dizer que tivesse feito chá. Mas, experimentar será possível, caso seja  legalizado, liberado, melhor dizendo, dominado.
Essa substância processada (desidratada), poderá ser encontrada nas farmácias, drogarias e estabelecimentos clandestinos, pronta para a aquisição livre dos interessados (usuários, experimentadores, viciados ou dependentes), cujo prazer nada mais é que dar aquela “ fumada “. Aquisição à céu aberto, podendo ser utilizada para consumo próprio ou nas festas (raves, luais, aniversários, casamentos, natal, ano novo, reuniões diversas etc.), nos salões de festas, nas residências, nas escolas, nas vias públicas, afrontando a polícia, pois esta nada poderá fazer, tendo em vista, a  legalização. Para àqueles que tem condições financeira  será  fácil a aquisição, e a massa de usuários que carecem do poder aquisitivo, os  viciados e dependentes que não tem dinheiro para a compra da droga.
Nessa condição, se não faziam  ainda,  passarão à  prática  de infrações  penais (furtos, roubos, apropriação indébita, estelionatos etc.), agora fazendo parte do rol da criminalidade, portanto, tornando-se um marginal. Utopia e infantilidade, o   pensamento de que desaparecerá a figura do traficante, ledo engano,   cotejando, haverá o mercado paralelo, continuando “ tudo como dantes no quartel d’Abrantes “, realmente uma quimera, e a sociedade ordeira e de bem, como ficaria ? Que se dane ! Nesse contexto, da euforia drogável de forma legal, haverá o recrudescimento da violência, agressividade, conflitos, desentendimentos, a balbúrdia, etc., promovido pelos aficionados e alucinados das drogas, aumentando o contingente de doentes mentais. Diante desse quadro, dando asas à imaginação, a segurança, a incolumidade que já deixa a desejar, será menos ainda, pois não será aconselhável pessoas de bem, saírem nas vias públicas e ficarem a mercê desses desvairados. Procurando sair desse mundo fictício, uma péssima situação, com gravíssimos reflexos no setor da segurança e da saúde, e retornando ao mundo real, vemos que teríamos um verdadeiro retrocesso, o declínio, uma involução para a sociedade de bem.

Antonio Edison Francelin é Delegado de Polícia.
Contato: francelin@ig.com.br

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